17 de julho de 2009

A Irmãzinha Inesperada.


Olá Meninas!

Desde pequena sempre gostei de brincar com as palavras e me despertei mais ainda quando em um dia, presenteei uma diretora da escola no dia de seu aniversário com uma de minhas poesias.
Ela gostou tanto que convidou os meus pais e juntos resolveram lançar um livro de poesias e inspirar outras crianças para a literatura.
Assim foi feito e deu certo. Com 12 anos estava eu, em uma livraria no antigo Ubershopping dedicando os meus livrinhos aos meus amigos e parentes. O livro se chamou Pincéis da Vida, além de ser todo escrito por mim foi também ilustrado.
Com a vida passando, fui crescendo e despertei a atenção para outras fases. Nunca deixei de escrever mas não tinha como hábito mais. Era uma vez ou outra.
Mas sempre gostei de ler muito, não fico sem um livro no meu criado.
E agora com o Paulo Neto, entre tantos livros infantis me aventurei a escrever um conto infantil e lógico, o primeiro lugar que pensei em compartilhar a minha historinha foi aqui, com vocês, no meu blog.

Vai então, UMA HOMENAGEM A TODOS QUE VISITAM O BLOG DO PAULO NETO, MINHAS AMIGAS OCULTAS E PRESENTES E FAMILIARES.

Segue abaixo:
A Irmãzinha Inesperada
Lila era uma menininha muito, muito solitária.
Ela sempre pedia aos seus pais que dessem a ela uma irmãzinha ou um irmãozinho. Mas nada.
Lila brincava sozinha, andava de bicicleta sozinha, assistia televisão sozinha e não tinha ninguém para compartilhar os seus brinquedos e historinhas.
Em um dia muito ensolarado e feliz, Lila ganhou de seus avós uma boneca de pano.
A boneca era grande e rosada. Ela era quase do tamanho de Lila. Tinha um cabelo comprido e louro que ficava entre tranças e maria-chiquinhas. O seu vestido era rosa com lilás e seus sapatinhos eram azuis como o céu. Os seus olhos eram brilhantes como as estrelas e sua boquinha era vermelha como a maça. E a boneca tinha um sorriso tranqüilo e feliz.
Mas feliz mesmo, ficou Lila com a sua boneca nova. Então, ela agradeceu os seus avós e foi correndo até o quarto. E disse à suas bonecas e livrinhos: - Olhem, olhem! Essa é a minha bonequinha nova, minha companheira, minha irmãzinha. É a Maria Chiquinha. Então, na imaginação de Lila, todos bateram palma e comemoraram: - Viva! Viva!

Lila fez de sua nova boneca a sua companheira para todas as horas. Elas dormiam juntas. Lila contava histórias para Maria Chiquinha. Quando andava de bicicletas, Lila colocava a sua bonequinha no cestinho. Brincavam no jardim e dançavam juntas todas as noites antes de dormir.
E Lila imaginava que Maria Chiquinha estudava e antes que seu pai a levasse à escola, Lila deixava Maria Chiquinha no quartinho de brinquedo e dizia que ali era a escola de sua bonequinha. E quando chegava, já ia correndo buscar a sua irmãzinha para juntas fazerem os deveres de casa.
E o tempo foi passando e Lila continuava feliz, feliz. Até que um dia uma notícia muito inesperada chegou. A mãe de Lila muito contente veio correndo dizer: - Minha querida! Você vai ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha. Daqui alguns meses, teremos um bebê em casa!
Lila ficou assustada com a notícia e logo foi compartilhar com Maria Chiquinha. Ela estava feliz com a sua bonequinha e não sentia falta mais de um irmãozinho. Lila então começou reagir de um modo estranho. Ela estava triste, triste e ficava só abraçadinha com Maria Chiquinha. Os pais de Lila não entenderam porque ela se sentia assim e foi até que o seu pai conversou com ela:
- Minha filha, por que você está tão triste? Você que esperava tanto um irmãozinho parece agora não gostar da notícia?! E Lila explicou ao seu pai que agora tinha Maria Chiquinha e que ao nascer o seu irmãozinho a sua bonequinha ia ficar jogada e que ninguém ia mais olhar para ela. Lila disse também que a bonequinha ia ficar tão triste que ela ia até ir embora.
Mas o pai de Lila mas que depressa respondeu: - Minha querida! Você vai ganhar um irmãozinho para brincar com você e com Maria Chiquinha. A Maria Chiquinha vai ajudar você cuidar do seu irmãozinho ou irmãzinha, vocês irão ajudar a mamãe todos os dias. Imagine só, que festa! Você, mamãe, a sua Maria Chiquinha e sua nova irmãzinha.
Lila sorriu e disse: - É mesmo papai, é mesmo!
E partir deste dia, Lila ajudava a sua mãe organizar o quartinho do bebê, dobrar as roupinhas, escolher as mamadeiras, comprar os sapatinhos e sua bonequinha ao lado em todos os momentos felizes da espera da irmãzinha.
E assim os dias foram passando até que em um momento a casa ficou diferente. Lila via o seu pai correndo para lá e para cá. O telefone não parava de tocar e a mamãe de Lila pegou uma bolsa bem grande e disse a sua filha: - Lila, sua vovó esta vindo ficar com você. Chegou a hora de sua irmãzinha nascer e quando você menos esperar, o papai vem buscar você e Maria Chiquinha para conhecê-la. Lila ficou contente, se arrumou todinha e refez todas as trancinhas de Maria Chiquinha.
Lila foi visitar a sua irmãzinha no hospital e quando ela viu como era pequena e frágil, Lila abriu um sorriso para a sua mãe e disse: - Vamos cuidar dela né, mamãe?!
Mas que depressa sua mãe respondeu:- Vamos sim filha, com muito carinho. E vou precisar de você!
Toda a família voltou para casa e os dias foram passando, passando. Lila cuidava da sua querida irmã como se fosse um talismã. E Maria Chiquinha acompanhava cada passo de Lila como irmã mais velha, cheia de responsabilidades e afeto pela pequena.
Até que um dia, Maria Chiquinha ficou no quarto o dia todo.
E mais um dia se passou.
E mais um dia se passou.
E mais um dia se passou.
Lila estava a brincar com a sua irmãzinha e Maria Chiquinha ficava com as outras bonecas, dentro do quarto e não mais acompanhava Lila.
Lila já não fazia os deveres de casa ao lado de Maria Chiquinha, já não levava à escola mais e nem dançava a noite antes de dormirem.
Lila dormia segurando a mãozinha delicada e cheirosa da sua irmãzinha e o tempo foi passando.
Lila amava a sua irmã tanto, mas tanto e queria estar ao seu lado o dia todo que esqueceu um pouco de suas bonecas e com o tempo passando, Lila um dia disse à sua mãe:
- Mamãe, vamos agradecer ao papai do céu pela minha irmãzinha. Ela é tão linda!
E assim, Maria Chiquinha sentada no sofá do quarto rosa de Lila continuava com aquele sorriso
maroto e tranqüilo. E quando Lila se lembrava, tirava um tempinho para refazer as tranças de sua boneca preferida.
E no terceiro aniversário da irmãzinha, Lila embrulhou um presente bem grande. E quando a sua irmãzinha abriu o grande pacote, lá estava ela.
Linda. Era Maria Chiquinha. Grande e rosada.
O cabelo continuava comprido e louro que ficava entre tranças e maria-chiquinhas.
O seu vestido era rosa com lilás e seus sapatinhos eram azuis como o céu.
Os seus olhos eram brilhantes como as estrelas e sua boquinha continuava vermelha como a maça.
Por Carol Siqueira.

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